O conhecimento é uma doação da própria consciência naquilo que exige nossa criatividade, cujo interesse se mostra voltado ao valor que possuímos como cidadãos pertencentes à sociedade.
E estamos neste mundo para reafirmar a soma de responsabilidades que temos pela busca do conhecimento prático. Entretanto, para que aconteça esse conhecimento prático é necessário que nos integremos por dentro, a fim de que o outro possa viver em nós, com nós e por nós. Sem integração do eu com o nós não se chega ao conhecimento da verdade que se apresenta no outro.
Pois o outro deve ser sempre visto com dimensão de acolhida, na responsabilidade de uma abertura silenciosa através do poder oculto da nossa alma, isto é, eu preciso sentir o valor com que o outro se apresenta e procurar apreciar a sua condição como algo extraordinário que está presente no universo, na imensidão da consciência livre.
Não se deve desfazer o outro com interpretações corriqueiras, anulando a sua perseverança em ser um “alguém” que também precisa ser respeitado e valorizado dentro das suas escolhas no empenho pela vida. É fácil e cômodo esquecer o conhecimento que recebemos das pessoas mais humildes, que promovem a ruptura da nossa acomodação, e acolher somente as que estejam presentes no rol das amizades.
Precisamos sempre estar dispostos a somar coisas positivas nas pessoas e não diminuí-las com nossa decisão em desfazer a sua produção de conhecimento prático. As pessoas estão colocadas neste mundo, não para reduzir a semelhança que Deus tem sobre cada um de nós, mas para que possamos ver a sua transcendência no objetivo da realidade justificada em nossa existência.
Muitas vezes julgamos as pessoas sem o conhecimento prático,seja com pensamentos, palavras e ações desfavoráveis que machucam o coração, impedindo que o outro cresça em nós. Não temos o direito de influenciar negativamente sobre o jeito que as pessoas se apresentam diante das suas dificuldades.
É bem legal quando conseguimos sentir a presença das outras pessoas com a suavidade da alma. Isso tira do nosso coração o egoísmo, cria a paz interior e transforma a convivência em amor. Esse conhecimento integra os sentimentos fazendo com que a vida ganhe dimensões profundas de acolhida. Cria a consistência da cura no olhar e valoriza tudo o que outro representa para nós, como membro atuante na responsabilidade da busca da verdade.
E a verdade sempre é um grande bem, afinal é um conhecimento prático e faz com que olhemos pelo espelho da consciência e consigamos ver o que somos, sem criar barreiras de proteção ao nosso ser. A pessoa que expressa a verdade em seu coração sente a paz como luz que brilha em seu ser e ilumina outras pessoas na busca da liberdade. Não permite que a mentira manche a alma com coisas enganosas, trazendo muitos sofrimentos e aborrecimentos.
Jesus Cristo é a pura dimensão da verdade, ele faz conhecer a libertação do nosso ser e ajuda-nos a perceber a presença da luz no conhecimento prático. Quem adere à verdade vive e convive bem com as pessoas, tendo responsabilidade de promover a paz, justiça e o amor como meio em ver a Deus pela aplicação da consciência naquilo que faz sentido. Alimenta seus pensamentos com tudo o que traz promoção humana e conhecimento objetivo na prática dos valores transcendentais, abre-se à realidade da dimensão das certezas ilimitadas, ao infinito, e não se fecha ao compromisso da realidade pertencente a este mundo.
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