O Brasil investe quatro vezes mais no sistema prisional em comparação com a educação básica, de acordo com um levantamento feito pela Universidade de São Paulo (USP). Cada preso custa, em média, R$ 1,8 mil por mês, enquanto um aluno de escola pública nesta fase de ensino recebe R$ 470 em investimentos mensais.
O levantamento utiliza dados de 2022 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O comparativo dos dados é feito por pesquisadores da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP. A instituição realizou uma pesquisa pioneira que identificou a falta de transparência em relação a informações relacionadas aos gastos com presos nas penitenciárias brasileiras.
Desde que o estudo foi realizado, em 2016, os dados passaram a ser atualizados mensalmente pelo CNJ. Um dos autores da pesquisa, o professor Cláudio do Prado Amaral, afirma que é uma “triste constatação” a discrepância de gastos.
Para Amaral, o comparativo torna-se mais preocupante quando o nível de ressocialização dos encarcerados também é analisado.
“Quando nós pensamos que investimos muito em sistema dessocializador, em comparação ao que investimos no que evita a prisão, que é a educação, a gente tenta chamar a atenção sobre esse grande paradoxo, essa opção de política criminal que o Brasil tem feito há décadas”, afirma o docente.
Fonte: Jornal O Sul
Foto: Divulgação
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