

De um lado uma loja que comercializa roupas e calçados, fechada, e nem mesmo utilizando máscaras é permitido adentrar o estabelecimento. Corrente e cadeado, além de aviso exposto na porta dão claramente o recado. E isso porque o dono está seguindo todas as determinações impostas pelo decreto estadual de combate à COVID-19, sob pena de levar multa.
De outro lado temos uma loja que vende eletrodomésticos, eletrônicos, material de construção, entre outros. Aparentemente a loja esta seguindo às regras estabelecidas nos protocolos sanitários, disponibilizando álcool em gel, cobrando a utilização de máscaras e não permitindo que todos entrem ao mesmo tempo no interior do estabelecimento, o que gera uma extensa fila do lado externo.
Lojas de materiais de construção são consideradas essenciais. Certo. Regra compreensível. Mas todas aquelas pessoas na fila foram comprar material de construção para suas obras? Ou estão correndo o risco de contrair o vírus porque são pessoas que honram suas contas e querem pagar a prestação da televisão, do aparelho de som que são diariamente vendidos naquele local? Pagando em dia estariam evitando a cobrança de juros e até mesmo que seus nomes parem no SERASA. Paralelamente, isso não seria um incentivo gigantesco para gerar aglomeração?
Em Caxias do Sul a determinação de agora é que os supermercados só vendam realmente produtos essenciais, deixando de lado a comercialização de outras mercadorias. Em Itapiranga/SC os fiscais foram duros, fechando as portas de um banco nacional porque haviam pessoas aglomeradas em frente à agência.
Seria essa uma brecha nos protocolos sanitários da bandeira preta, ou falta determinar para estas empresas que elas se organizem para receber as contas assumidas depois, quando o risco iminente passar? Afinal, o proprietário da loja de roupas fechada vai ter que esperar para vender e gerar renda ou mesmo para receber vendas anteriores para pagar seus boletos vencidos.
Como disse o promotor de justiça, Miguel Germano Podanosche, em seu pronunciamento no site Portela Online, “Os números são alarmantes e eles estão chegando perto de nós, quando as estatísticas, quando os números frios das notícias se transformam em nomes, nomes de pessoas conhecidas, familiares, é porque de fato a situação já fugiu do controle.” Veja o vídeo aqui.

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